Está chegando uma novidade
interessante para quem gosta de ler e viajar: um e-book que muda seu cenário de
acordo com a localização do leitor. A iniciativa pertence ao programa de milhas
da companhia Gol e se chamaria Trip Book Smiles. O
primeiro escritor participante é Marcelo Rubens Paiva.
Existe uma
história definida, no caso, o relacionamento dos personagens Theo e Maria
Manoela, casal quarentão que mora em São Paulo e decide viajar numa espécie de
nova lua-de-mel para tentar reacender a paixão. Os destinos dos dois seriam, a
partir de então, os destinos do próprio leitor. Por meio da tecnologia e-book,
o dispositivo localizaria a cidade e mudaria a história de maneira a fazer
referências locais, citando pontos turísticos, bares, lojas e restaurantes.
Muito se
discute atualmente sobre a popularidade dos e-books e sobre o medo que os
livros em papel cheguem ao fim. No entanto, a convivência entre os dois é
perfeitamente possível, já que ambos apresentam vantagens e desvantagens. Se a
leitura em papel retém melhor a atenção, a leitura virtual ocupa menos espaço.
Se existe uma afetividade em relação ao livro físico, o preço dos e-books
costuma ser mais em conta. Um benefício maior do leitor virtual, porém, que se
relaciona diretamente com a nossa época, é a possibilidade de interação.
Um texto em
hiperlinks, nos moldes da Internet, é bem mais interessante como e-book do que
a simples transcrição do livro físico. Pode-se, com efeito, argumentar que todo
livro é uma viagem interna e que existem mesmo livros em papel interativos,
como O Jogo da Amarelinha, de Julio
Cortázar. Entretanto, os recursos do formato virtual seriam mais sofisticados,
sem necessariamente destruir a imaginação do leitor, que, nesse caso, se
tornaria até muito mais ativo. É um acréscimo, e não uma perda.
O Trip Book
Smiles estará disponível para donwload gratuito por meio de um aplicativo para
tablet. Deixando de lado a pretensão comercial, a iniciativa da Gol é um passo
importante no sentido da interatividade na leitura. Para quem não viaja sem um
livro na bagagem como companhia, pode ser uma boa opção.
Fonte:
Homo Literatus
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