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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Dicas para estimular crianças a ler mais

Como convencer os pequenos...


A largar joguinhos e a TV e abrir um livro
Estudos comprovam que a ler ajuda a desenvolver o cérebro, ter melhor desempenho acadêmico e até mesmo a criar uma sociedade mais igualitária. Estimular crianças a tomar gosto pelos livros é uma missão importante de pais e educadores.

O professor Júlio César Michelato, coordenador de português do ensino fundamental do colégio Objetivo, afirma que a leitura extraclasse gera resultados em sala de aula.  “Há uma diferença enorme na produção dos alunos que leem em relação aos que não costumam pegar em livros – os que leem têm uma bagagem maior, sabem reivindicar, argumentar com mais propriedade.”

Como convencer os pequenos a largar joguinhos e a TV para abrir um livro? Apesar da leitura ser uma atividade divertida e que pode ajudar adultos e crianças a criar laços afetivos, muitas vezes é difícil criar esse hábito. Por isso, reunimos algumas dicas de como estimular os pequenos (ou nem tanto) a ler mais. As férias escolares podem ser uma boa oportunidade para colocá-las em prática!

1. Seja exemplo
Ainda que seja um consenso dizer que é importante ler, 70% dos brasileiros adultos não leram nenhum livro em 2014, segundo uma pesquisa da Fecomercio-RJ. Como a leitura é um ato cultural, é importante que os adultos desenvolvam esse hábito para que a criança também aprenda a desenvolver. “A partir do momento que você está em casa engatinhando, você vê o seu pais lendo um jornal, um livro, uma revista, aquilo automaticamente passa a fazer parte da sua vida”, diz o Michelato.

2. Desligue a televisão
85% dos brasileiros gostam de assistir a televisão durante o tempo livre, enquanto só 28%  da população escolhe a leitura, segundo o estudo Retratos da Leitura no Brasil. O problema é que com o eletrodoméstico ligado fica difícil conseguir ler. “A TV desligada também gera um espaço vazio físico e psíquico para a leitura. Especialmente se o adulto também for ler naquele momento”, afirma a professora doutora Beth Cardozo do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP.

3. Crie um momento de leitura
Use momentos em família para atualizar a leitura. Você com seus livros, as crianças com os delas e conversem sobre o tema. “Além de ser importante ser um exemplo, é bacana mostrar para a criança o que está lendo. Não que ela deva ler aquele livro, mas é interessante mostrar as opções que existem de leitura”, afirma a professora Samantha Ishikawa, do Colégio Santa Maria de São Paulo.
Dá até para pensar em uma espécie de clube do livro, em que vocês escolhem um título e compartilham as impressões depois. Não tenha medo de dizer que não gostou de um livro e as razões para isso. Assim, a criança pode compreender que existem diferentes tipos de obras e que é possível deixar uma obra de lado e começar outra.

4. Ofereça diferentes tipos de texto
Também é bom para oferecer diferentes tipos de texto. Apesar de gerar certa insegurança, não há problema em deixar que crianças leiam conteúdo destinado a diferentes faixas etárias. “Muitas vezes, pais estranham o interesse dos filhos em enciclopédias ou livros de receitas, mas são tipos de texto que podem gerar muito conhecimento para a criança”, afirma Samantha.

5. Respeite o gosto do leitor
Especialmente entre as crianças mais velhas, os pais podem ter preconceitos com os gostos literários dos filhos, que tendem a se interessar por um único gênero. Estimule a leitura desses títulos, mas tente oferecer também outras opções. Leitura demais não machuca. “O fundamental é ter contato com a leitura”, afirma a professora do Santa Maria. Na hora de oferecer novos títulos, é importante conhecer a criança. Observe-a, investigue seus interesses. Acertar na hora de indicar um livro pode garantir que o pequeno se apaixone pela leitura.

6. Incentive contato com os livros
É importante cultivar a relação com livros mesmo antes da alfabetização. Com crianças pequenas, é legal explorar a leitura de imagens ou deixar que o livro seja usado como um objeto para brincadeira. A escritora Lygia Bojunga gostava de contar que antes de aprender a ler brincava de casinha dentro dos livros, que usava como tijolos e paredes. “Isso é importante para criar intimidade com o objeto”, afirma Beth.
No entanto, é preciso tomar cuidado para não dramatizar, caso algum título fique avariado. “Ensine o respeito pelos livros, mas não os deixe encastelados. Não tem motivo para fazer drama por livros rasgados ou riscados”, diz Beth.

7. Vá com calma
Não tem necessidade de cobrar que a criança termine um livro por dia. Assim como os adultos, as crianças podem ler aos poucos. Outra preocupação é não forçar para que a criança leia tudo sozinha. É possível alternar a leitura para que seja um processo mais prazeroso, mas tome cuidado para evitar um tom professoral e não ficar bombardeando a criança de perguntas como “entendeu?”. Por vezes, a leitura é apenas um momento de deixar a criatividade rolar solta.

8. Frequente livrarias e bibliotecas
Procure frequentar a programação de livrarias, bibliotecas, bienais e feiras do livro da região. Em geral, é possível aproveitar a  programação relacionada a leitura, como encontros com autores, debates e cotações de histórias. Nas bibliotecas, também é possível começar a compreender obrigações e responsabilidades.

9. Monte um cantinho da leitura
Crie um ambiente confortável que estimule a leitura, no qual a criança tenha acesso aos livros sempre que quiser, com iluminação adequada. Podem ser títulos emprestados em bibliotecas ou um pequeno acervo próprio. O importante é estarem à mão para estimular a leitura.

10. Conheça o autor
Crianças fantasiam muito sobre quem é o autor dos livros. Quando descobrem mais sobre a vida dele, podem se interessar em ler sua obra. Se o pequeno gostou de algum livro, dá para investir em oferecer outros títulos do mesmo escritor. Outra sugestão é procurar blogs e canais de contato com os leitores que muitos autores mantêm. Eles, em geral, respondem mensagens e podem criar ainda mais interesse na leitura.

11. Estude a época retratada
Muitas vezes as crianças não entendem o porquê da leitura. Explorar a época em que o livro foi escrito ou o tempo que ela descreve pode gerar interesse. “Quanto mais informações você tiver sobre o livro, mais a criança fica interessada na historia” , afirma Samantha.

12. Alie com outras diversões
Associe a leitura a passeios. Se o livro fala de animais, que tal ir ao zoológico? Se ele fala do Universo, que tal ir ao planetário ou observar as estrelas do quintal? Filmes e peças de teatro também são bons métodos para gerar interesse nos livros em que foram baseados e vice versa. Textos teatrais também são opções bacanas. De leitura mais direta, agradam e podem ensinar muito.

13. Tablet não é só para joguinhos
Criar uma biblioteca virtual (seja no tablet ou no computador) também pode ser outra forma de estimular a leitura. Para algumas crianças, a leitura pode ser até mais rápida por conta das cores e luminosidade. “Mas o interessante é também não ficar só no digital. É bacana não ficar em uma única ferramenta”, diz Samantha.

14. Use a tecnologia a favor dos livros
Muitos sites de editoras (ou e-books mais incrementados) disponibilizam atividades lúdicas sobre os títulos. O que pode ampliar as atividades e o interesse pela leitura. O professor Julio Michelato também indica procurar canais do Youtube sobre literatura. “A linguagem jovem pode estimular outros a se interessar e ler mais”, afirma.

15. Não deixe se tornar uma obrigação
Se tudo isso for feito, não tem risco. Mas é importante tomar cuidado para não fazer que a leitura seja mais uma incumbência. Ler livros deve ser divertido para as crianças para que se torne um hábito para a vida toda.


sexta-feira, 22 de julho de 2016

Dia do Escritor


O Dia do Escritor é comemorado dia 25 de Julho, no Brasil.

A data celebra as pessoas dedicadas às palavras escritas. Sejam nos textos científicos ou fictícios, os escritores precisam ter a grande habilidade de entreter os leitores e, para isso, é necessário um vasto conhecimento de vocabulários, da gramática e ortografia, além de uma boa dose de criatividade e conhecimentos gerais do mundo.

Origem do Dia Nacional do Escritor

A ideia de homenagear todos os escritores no dia 25 de Julho surgiu a partir do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado na década de 60 pela União Brasileira de Escritores, sob a presidência de João Peregrino Júnior e Jorge Amado, um dos principais nomes da literatura nacional.

Frases para o Dia do Escritor

"Escrever é estar no extremo de si mesmo" (João Cabral de Melo Neto)
"Comemorando a solidão diante da palavra, a verdade, o medo, a alegria, o amor indizíveis de só saber escrever"

“Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.” (Carlos Drummond de Andrade)

“Quando os escritores morrem, eles se transformam nos seus livros. O que, pensando bem, não deixa de ser uma forma interessante de reencarnação.” (Jorge Luis Borges)

“O mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar.” (Eugène Delacroix)


Fonte: Calendarr

quinta-feira, 21 de julho de 2016

No Brasil, ler é coisa que se faz por obrigação


Há tempos, assisti a um comercial de TV sobre um produto esportivo, talvez um tênis, cujo mote era a necessidade de “liberar o corpo”.

O anúncio falava de pessoas “reprimidas”, que seriam mais felizes se vivessem ao ar livre usando o produto.

Entre estas, mostrava uma moça sentada, lendo um livro, dentro de uma biblioteca – o Real Gabinete Português de Leitura, no centro do Rio. Mensagem subliminar: a leitura é uma chatice, uma obrigação, o contrário de ser livre e feliz.

Uma pesquisa recente do Instituto Pró-Livro e do Ibope, “Retratos da Leitura no Brasil”, citada pelo colunista Antônio Gois, do “Globo”, traz dados alarmantes: 44% da população brasileira não têm o hábito de ler livros, e esse número não se alterou nos últimos 12 anos. Apenas 33% dos brasileiros tiveram a influência de alguém para adquirir o gosto pela leitura, quase sempre a mãe – o que não é um mal, mas por que não citar igualmente um professor?

Porque, diz a pesquisa, os professores também leem pouco e mal. Embora 84% tenham dito que leram um livro nos três meses anteriores à pesquisa, a maioria não se lembra do título ou não respondeu, e, quando se lembra, o mais citado é a Bíblia. Sim, não podemos nos esquecer dos seus baixos salários, que os impedem de comprar livros. Mas não é para isto que existem as bibliotecas?

Não no Brasil. Segundo a pesquisa, 75% dos entrevistados associam a biblioteca a um lugar para estudar ou pesquisar (naturalmente, por obrigação), não como um espaço de lazer, para ler por prazer, trocar livros ou fazer amigos. Em 2015, apenas 53% das escolas brasileiras tinham biblioteca ou sala de leitura.

Quanto ao Real Gabinete Português de Leitura, um monumento carioca, sua beleza faz dele um cenário requisitado pelos comerciais de TV. Até para veicular mensagens que o degradam e ofendem.


terça-feira, 19 de julho de 2016

Para escrever melhor, é preciso ler melhor. O que isso significa?

Pesquisadores descobrem que leituras mais complexas produzem escritores melhores. 


Mas 'escrever bem' é um conceito subjetivo 

“Leia e escreva mais” costuma ser o conselho base para aqueles que questionam qual a melhor estratégia para aperfeiçoar a habilidade de escrever. O senso comum diz até que não importa o que um jovem estudante leia, contanto que ele esteja lendo, já que isso seria fundamental para consolidar o hábito de leitura.

Em maio de 2016, pesquisadores da área de negócios e administração de várias universidades norte-americanas resolveram investigar os hábitos de leitura de estudantes universitários e compará-los à qualidade dos textos desses estudantes.

O estudo foi publicado pelo “International Journal of Business Administration” e identificou que a leitura é um fator mais importante na determinação de uma escrita de melhor qualidade do que os exercícios de redação, por exemplo: os materiais considerados “melhores” eram sempre produzidos pelos alunos que liam diários e publicações acadêmicas, ficção literária ou não-ficção.

Depois deles, vinham os estudantes que liam ficção, fantasia e mistério. Por último, o estudo concluiu, ficaram os jovens alunos cujos hábitos de leitura se limitavam a conteúdo leve, produzido para a web, como o de sites como Buzzfeed, Reddit e Tumblr.

As descobertas ecoam as recomendações da escritora Susan Reynolds, autora do livro “Fire Up Your Writing Brain: How to Use Proven Neuroscience to Become a More Creative, Productive, and Successful Writer” (“Acenda seu cérebro de escrita: como usar neurosciência comprovada para se tornar um escritor mais criativo, bem-sucedido e produtivo”), lançado em 2015.

Em seus artigos e no livro, ela costuma recomendar o que chama de “deep reading”, “leitura profunda”, para quem deseja escrever “melhor”. Reynolds se refere, segundo ela, a textos que exijam leitura lenta, imersiva, que sejam ricos em detalhes sensoriais, complexidade emocional e moral.

O que é escrever melhor?
O estudo atribuiu classificações mais altas de qualidade para textos de acordo com a complexidade da frases. Frases com sintática mais sofisticadas foram observadas entre os leitores de textos acadêmicos, não-ficção e ficção literária, e portanto, esses foram considerados os melhores escritores.

Essa definição, no entanto, não dá conta da subjetividade contida em avaliar uma boa escrita. Talvez se aplique a textos destinados à produção acadêmica; mas a definição de ‘escrever bem’, geralmente, varia de acordo com o público alvo do texto e o propósito dele.

Professores de língua portuguesa do ensino fundamental defenderiam que “escrever bem” é conseguir compôr textos usando todos os elementos da norma culta; mas esse critério tiraria da lista de bons escritores José Saramago, por exemplo. O mais proeminente escritor contemporâneo em língua portuguesa tem livros inteiros sem vírgula ou ponto final, por exemplo.

“A qualidade do que é ‘bom’ em literatura, como em qualquer arte, jamais pode ser colocada em termos absolutos. Agora, sobre ‘escrever bem’, é possível avaliar objetivamente se um texto não tem erros de gramática, ortografia e estilo. Ainda assim, um livro pode ser bem escrito e ser uma obra absolutamente irrelevante”, reflete o escritor João Paulo Cuenca, que tem cinco livros publicados e é colunista do jornal “Folha de S. Paulo”.

Na técnica jornalística, costuma-se avaliar que “escrever bem” está relacionado com a habilidade de redigir frases curtas, diretas, claras, com vocabulário preciso, mas nunca desnecessariamente sofisticado.

O escritor norte-americano Mark Twain, autor de “As Aventuras de Tom Sawyer”, é considerado um dos maiores escritores de língua inglesa de todos os tempos. Ele é conhecido pelos inúmeros conselhos e dicas sobre escrita, compilados a partir de cartas em resposta a admiradores, fãs e leitores.

As orientações são levadas em conta até hoje por entusiastas da escrita em língua inglesa. Mark geralmente destacava que, para escrever bem, era necessário “matar os adjetivos”. “Escreva ‘pra caralho’ todas as vezes que você estiver inclinado a escrever ‘muito’; assim, seu editor vai deletar o termo e sua escrita vai ficar ótima”, diz uma famosa recomendação bem humorada creditada a ele.

“Eu notei que você usa linguagem simples e direta, palavras curtas e frases breves. É assim que se deve escrever em inglês - é a maneira moderna e a melhor maneira. Continue assim; não deixe as firulas, enfeites e verborragia se aproximarem. Quando der de cara com um adjetivo, mate-o. Não, não quero dizer completamente, mas mate a maioria deles - e aí os que sobrarem serão valiosos. Eles se enfraquecem quando estão próximos. Ganham força quando estão distantes. Quando o hábito de usar adjetivos, ou de ser ‘palavroso’, difuso, cheio de firulas, domina a pessoa, é difícil de abandonar como qualquer outro vício.”

Mark Twain

Em carta a um estudante em 1880

A conclusão: não há dúvidas de que ler mais e melhor contribua para fazer um leitor se tornar um escritor mais completo. Escolher a ‘melhor’ leitura para um aspirante a escritor, no entanto, é uma tarefa mais subjetiva. Depende do tipo de escritor no qual ele quer transformar-se.


Dicas para começar bem na era da autopublicação

O trabalho dos escritores pode parecer um tanto místico


Sobretudo no caso dos grandes mestres da literatura e suas obras surpreendentes. Talento e genialidade são características invejáveis em qualquer área do conhecimento, mas hoje sabemos que não têm muito valor se não estiverem aliadas à dedicação e à persistência na busca por um objetivo concreto. Essa é a deixa para os meros mortais esforçados.

Para escrever um livro é necessário mais do que ter uma boa ideia, sentar-se e escrever o que vier à mente. É preciso ter conhecimento amplo da língua e das formas de utilizá-la para levar o leitor a sentir exatamente aquilo que a história, ambientes e personagens têm por objetivo transmitir. Esse tipo de conhecimento é adquirido, em parte, com a leitura dos clássicos e dos autores renomados nos diversos segmentos da literatura. Contudo, podemos ir direto ao ponto por meio de obras direcionadas àqueles que desejam estrear na arte literária.

Uma ótima opção para quem está começando chama-se “Como melhorar um texto literário”, de Lola Sabarich e Felipe Dintel, escritores e professores espanhóis. Eles buscaram compor um manual prático sobre técnicas de narração. O livro é básico, mas é capaz de abrir a cabeça de escritores iniciantes para questões que podem passar despercebidas. Uma coisa é certa: após a leitura, adquire-se também um cacoete de crítico literário.

Confira algumas dicas de escrita dos autores sobre alguns dos aspectos abordados no livro, referentes à criação literária de qualidade:

1. A diferença entre dizer e mostrar − Caso o autor queira dar a conhecer que um personagem está triste, há duas possibilidades. Uma delas é apresentar o dado diretamente: “Fulano está triste” (simplesmente dizer). Outra forma seria: “Fulano chora o tempo todo” (tentar mostrar). Lola Sabarich e Felipe Dintel destacam que “os textos literários em que prevalece a estratégia de mostrar obtêm resultados mais estimulantes para o leitor, que terá de exercitar a imaginação e sua capacidade dedutiva, à medida que vai reconstruindo o mundo que o autor lhe apresenta. A leitura se converte, portanto, num ato criativo” (pág. 12).

2. A construção de cenas − Segundo os autores, a construção de uma cena depende de três fatores: moldura (elementos fixos do cenário, como objetos, elementos da natureza etc); atmosfera (elementos variáveis, como a luz, sons e a temperatura); e ação (tudo o que ocorre no cenário, desde movimentos até diálogos e pensamentos). “A menos que o autor pretenda, conscientemente, eliminar algum deles, deverá levá-los em conta toda vez que for construir uma cena” (pág. 27).

3. A criação de expectativas − “É indispensável que o escritor maneje as informações de modo que o leitor progrida na história fazendo perguntas e encontrando respostas, elucidando questões e tropeçando em novos enigmas. Temos aqui uma regra de ouro válida para qualquer relato, pertença ou não ao gênero de suspense” (pág. 47).

4. O tempo narrativo − Os autores falam sobre a importância de se conhecer as diferentes formas de tratar o tempo em um relato, seja alterando a ordem cronológica dos fatos ou trabalhando com o tempo psicológico dos personagens. “Uma hora de espera ou de sofrimento pode parecer uma eternidade, três dias de felicidade podem passar num piscar de olhos, e seis anos podem ficar reduzidos à lembrança de algumas breves cenas: o tempo com frequência perde a sua dimensão real e adquire outra, por força da nossa subjetividade” (pág. 59).

5. A caracterização de personagens − É preciso que o autor conheça seus personagens por completo, até mesmo, muito além do que conta sobre eles na história. “Deve conhecer sua biografia completa e todas as suas intimidades, inclusive aquelas de que os próprios personagens não têm consciência. Somente assim, conhecendo profundamente seus personagens é que conseguirá o autor fazer com que atuem com naturalidade e coerência” (pág.78).

Todos os temas tratados trazem como exemplos textos nos quais é possível fazer a relação entre o que é recomendado e o que se deve evitar em composições literárias de diferentes estilos.

Em uma época na qual a autopublicação tem se tornado cada vez mais acessível, investir em conhecimento e repertório se tornou um diferencial importante para quem tem o sonho de atuar profissionalmente no mundo da literatura. É triste quando pegamos um livro com uma ótima história (ou ao menos com potencial) e com o texto e a narrativa deficientes.

O livro aqui apresentado é apenas um entre incontáveis títulos sobre aperfeiçoamento da narrativa. Os aspirantes a escritores que possuem facilidade de aprendizado podem e devem se beneficiar dos materiais disponíveis nas livrarias e na própria internet. Afinal, como todos já ouvimos falar, a receita para o sucesso é 1% inspiração e 99% transpiração.


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Elidir ou ilidir?


As palavras elidir e ilidir existem na língua portuguesa e estão corretas. Contudo, seus significados são diferentes e devem ser usadas em situações diferentes. O verbo elidir se refere ao ato de fazer desaparecer totalmente, sendo sinônimo de cortar, eliminar, excluir, retirar, suprimir, entre outros. O verbo ilidir se refere ao ato de destruir refutando, ou seja, rebater, refutar, contestar. Pode significar também o ato de bater contra, de chocar ou colidir.

O verbo elidir tem sua origem na palavra em latim elidere, devendo assim ser escrita com e inicial: e – li – dir. Também com e inicial deverão ser escritas as palavras cognatas de elidir, bem como todas as formas conjugadas desse verbo.
 

Exemplos:
 
Palavras da mesma família: elidir, elidível, inelidível,…
 
Verbo elidir – Pretérito perfeito do indicativo:
 
(Eu) elidi
 
(Tu) elidiste
 
(Ele) elidiu
 
(Nós) elidimos
 
(Vós) elidistes
 
(Eles) elidiram
 

Exemplo:
 
Desta vez conseguiremos elidir este problema das nossas vidas de uma vez por todas.
 
Pronuncie esta palavra corretamente, sem elidir a primeira sílaba!
 

O verbo ilidir tem sua origem na palavra em latim illidere, devendo assim ser escrita com i inicial: i – li – dir. Também com i inicial deverão ser escritas as palavras cognatas de ilidir, bem como todas as formas conjugadas desse verbo. Ilidir é uma palavra muito utilizada em linguagem forense.
 

Exemplos:
 
Palavras da mesma família: ilidir, ilidível, inilidível,…
 
Verbo ilidir – Pretérito perfeito do indicativo:
 
(Eu) ilidi
 
(Tu) ilidiste
 
(Ele) ilidiu
 
(Nós) ilidimos
 
(Vós) ilidistes
 
(Eles) ilidiram
 

Exemplos:
 
Os advogados ilidiram todas as acusações e provaram a inocência do acusado.
 
O juiz ilidiu as provas apresentadas, prosseguindo com o julgamento.
 

As palavras elidir e ilidir são escritas de forma parecida e são pronunciadas de forma parecida, mas os seus significados são diferentes. A este tipo de palavras chamamos palavras parônimas. Na língua portuguesa, existem diversas palavras parônimas: ilidir/elidir, cumprimento/comprimento, eminente/iminente, esperto/experto, precedente/procedente, descrição/discrição, evasão/invasão, entre outras.

Palavras Relacionadas: elidir, ilidir.



terça-feira, 5 de julho de 2016

Sherlock Holmes em O Signo dos Quatro


O signo dos quatro é um romance policial escrito por Sir Arthur Conan Doyle. É a segunda história da saga do detetive Sherlock Holmes. Nesta história, uma moça de nome Mary Morstan, procura pelo serviço do detetive, para desvendar o que aconteceu ao seu pai. Ele morreu dez anos antes de moça procurar o detetive. Quatro anos após a morte do pai, a moça começa a receber anualmente uma pérola de grande valor. Após seis anos recebendo essas pérolas, sem saber o motivo nem quem as mandava, a moça recebe um bilhete da mesma pessoa que lhe enviava as pérolas, marcando um encontro. Para ajudá-la a desvendar os mistérios, ela pede pelos serviços de Sherlock Holmes e de seu fiel assistente Dr. Watson.

Autor:  Arthur Conan Doyle
Categoria: Aventura, Policial, Suspense, Literatura Universal.
Texto integral. 125 páginas.
ISBN: 978-85-66798-19-7



segunda-feira, 4 de julho de 2016

Com estilo noir, HQ nacional conta a história de um fotógrafo na ditadura




As ruas escuras de São Paulo da década de 60 servem como cenário perfeito para criar o clima noir que a graphic novel "Ditadura no Ar - Coração Selvagem" precisa. No enredo, o repórter fotográfico Félix Planta quer descobrir onde sua namorada Lenina está detida, após uma manifestação estudantil ter sido reprimida pelos militares. Ambientado em 1969, durante um dos períodos mais difíceis da história recente do Brasil, o quadrinho traz à tona novamente os horrores da ditadura.
A graphic novel foi relançada em volume único no dia 16 de junho durante a 22ª Fest Comix, em São Paulo. A edição original - já esgotada - foi feita em quatro partes em 2011. A trama policial foi escrita por Raphael Fernandes (da revista "Mad') e ilustrada pelo artista Rafael Vasconcellos. "O grande motivo para esta republicação é que faltam histórias de ficção mostrando os anos de chumbo", diz Fernandes.
"Não podemos nos esquecer das consequências de nos deixarmos levar pelo ódio e a intolerância. A ditadura brasileira não foi nem um pouco branca. Não existe nada de sutil em tortura, morte e ocultação de corpos", lembra.
Para o autor, cuja a obra ganhou o Troféu HQMix em 2013, os quadrinhos brasileiros estão vivendo uma verdadeira efervescência criativa. "Os quadrinhos nacionais precisam ser explorados pelos leitores de quadrinhos em geral. Sabe aquelas pessoas que só leem super-heróis, mangás ou infantis? Precisamos deles lendo nossas histórias para que possamos cada vez mais lidar com o que precisa ser contado", explica.

Embora a graphic novel seja uma obra de ficção, a ambientação é baseada em relatos reais e em uma extensa pesquisa histórica. "É um quadrinho de ficção com os dois pés na realidade", diz Fernandes. O autor destaca que os presos políticos, o exílio, a tortura e o poderio militar servem como pano de fundo dramático para uma trágica história de amor.
"Conversei com pessoas que realmente queriam mudar o Brasil e com outras que gostavam de andar com um livro vermelho debaixo do braço só para flertar com as garotas da faculdade. Muitos dos pontos apresentados na trama foram recontados exatamente como ouvi", destaca o autor.
Como a obra foi produzida de maneira independente, Fernandes revelou que enfrentou dificuldades para distribuir o material. "Eu perdi com o frete todo o lucro que ganharia nas vendas", lembra. "Cometemos alguns erros na época, como produzir de forma seriada e não em um livro fechado. Nesta nova edição, pudemos revisar e trabalhar muitas páginas que não estavam com a qualidade desejada".
Após os prêmios e os reconhecimentos que o quadrinho conquistou, Raphael assinou um contrato com a editora Draco, que entregará a obra nas principais livrarias do Brasil. A graphic novel custará R$ 44,90 e terá 104 páginas coloridas, no formato 17 x 24cm e com capa cartona.

Lidando com Agentes e Empresários

Por Bill Labonia


Um dos maiores desafios que o roteirista iniciante vai enfrentar é a busca por representação. Agentes hoje em dia estão tão ocupados tentando vender os roteiros de seus roteiristas estabelecidos que têm pouco tempo para lidar com iniciantes.

Some isso ao fato de que o mercado de hoje está dando pouco espaço para roteiros originais. Principalmente aqueles que foram escritos de forma especulativa. Estúdios trabalham em cima de criação de audiências, por isso, o mercado atual investe muito mais em adaptações e remakes que já possuem uma fanbase considerável.

A realidade do mercado, é que revelar novos roteiristas está mais difícil do que nunca. Os agentes aumentam suas chances de negociar roteiros empurrando o trabalho de seus clientes mais experientes.

Empresários (managers) são diferentes. No geral, enquanto os agentes vão focar em tentar conseguir trabalho para você, o empresário vai focar em desenvolver você como profissional.  Já ouviu falar da história do empresário que encontrou um talento bruto e o transformou em um superstar? Pois bem, esse é o objetivo do empresário.

Eles estão dispostos a investir tempo e esforço "moldando" roteiristas iniciantes para transformá-los em máquinas de fazer dinheiro. Eles lhe darão conselhos e direcionamento de carreira, feedback profissional nos seus roteiros e ainda vai lhe ajudar a reescreve-los.

Agentes, se não gostarem do seu roteiro, eles provavelmente não vão falar nada. Se um cliente recusar um roteiro seu, o Agente provavelmente vai deixar de mandar seu trabalho. Ninguém quer ficar queimado no mercado por enviar roteiros de segunda categoria.

Um empresário é um bom caminho para o roteirista iniciante. Eles normalmente sabem o que o mercado precisa, e se verem potencial em você, com certeza vão querer tirar proveito disso. Por outro lado, eles são ocupados e o tempo deles vale muito. Se eles não enxergarem potencial, ou se não sentirem confiança em você, eles o descartam e partem para buscar o próximo candidato.

Quando a coisa funciona, você consegue vender seus roteiros, talvez até ser contratado por um seriado de TV. Nesse dia, qualquer agente vai ficar mais do que feliz em receber 10% de comissão por todos os seus trabalhos. Na hora em que você se transformar em uma commodity, tenha certeza, Agentes e Empresários farão de tudo para fazer o máximo de dinheiro com a sua carreira quanto possível.


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Quando falo em atentarmos...


Quando falo em atentarmos para a educação, digo tanto a intelectual quanto a moral, pois ambas se completam.