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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A sabedoria não é feita...


A sabedoria não é feita de palavras difíceis, e sim, de bons atos.

Três Ratos Cegos e Outros Contos


Em Três Ratos Cegos e Outros Contos, Agatha Christie reúne nove de seus contos, iniciado pela história que dá título ao livro.
Com uma narrativa simples e direta a dama do suspense prova porque é consagrada e cultuada até hoje.

Ao longo das nove histórias curtas presentes em Três ratos cegos e outros contos, Agatha Christie demonstra o porquê de ter fascinado, e continuar fascinando, gerações de leitores ao redor do mundo. Publicada originalmente em 1950, a obra contempla casos policiais vividos por personagens imortalizados pela autora, além do famoso conto introdutório, Os três ratos cegos, que deu origem à peça teatral há mais tempo encenada na história. Os mistérios, assassinatos e enigmas que marcam os escritos da Rainha do Crime, são desenvolvidos de maneira envolvente em cada um dos contos, enlaçando a atenção do público do começo ao final da obra. 
Logo em Os três ratos cegos, o clima de suspense é reforçado pela cantiga inglesa de mesmo nome, que adquire tons sombrios ao ser encontrada pregada no corpo de uma vítima de assassinato. As pistas indicam o lugar do próximo crime: uma hospedaria recém-inaugurada e isolada pelas fortes tempestades de neve. 
Os próximos quatro contos são protagonizados por Miss Jane Marple, a “fina flor dos detetives”, velhota solteirona de St. Mary Mead e eternizada em mais de uma dezena de romances policiais de Agatha Christie. Em Estranha charada, a sagaz velhinha auxilia um casal de jovens a buscar a herança deixada por um tio-avô afeito a charadas e adivinhas. Já em O crime da fita métrica, Miss Marple é casualmente envolvida na investigação de um crime aparentemente passional; O caso da empregada perfeita é outro que requer sua intervenção, após uma criada ser apontada como autora de um furto. Por fim, em O mistério da caseira, a detetive amadora, acamada, não toma parte direta na ação, mas é instigada a desvendar um enigma em um manuscrito que lhe é fornecido pelo doutor Haydock. Neste peculiar conto metalinguístico, narra-se a intrincada história de uma morte aparentemente natural, deixando incógnitas que instigam a curiosidade de Miss Marple.
Outro detetive de Agatha Christie, talvez ainda mais famoso e adorado que Miss Jane Marple, toma parte nos três contos seguintes: o belga Monsieur Hercule Poirot, considerado por muitos a maior criação da autora, é um homem metódico, que coloca suas “células cinzas” do cérebro para trabalhar na investigação de casos misteriosos. No primeiro dos contos, O apartamento do terceiro andar, Poirot aparece inesperadamente quando dois jovens encontram o corpo de uma mulher; atentando para pequenos detalhes, o detetive dá novo rumo à investigação que parecia concluída. Em Aventura de Johnnie Waverly, um casal procura Monsieur Poirot para auxiliar-lhes na procura de seu filho, que fora sequestrado. 
O detetive belga, demonstrando conhecimento profundo da natureza humana, em Vinte e quatro melros decide agir por conta própria e apurar uma situação à primeira vista superficial: um homem que jantava rotineiramente em determinado restaurante, muda repentinamente seus hábitos. Tempos depois, sabe-se que o mesmo homem fora encontrado morto.
No último dos contos, Os detetives do amor, entram em cena Harley Quin e Mr. Satterwhite, criações também famosas de Agatha Christie. Ao lado do coronel Melrose, a dupla de detetives investiga a morte de Sir James Dwighton, que morrera ao ser golpeado com uma estátua de Vênus – não por ironia, a deusa do amor e da beleza –, feita de bronze. Pequenos detalhes e a perspicácia de Harley Quin auxiliam na solução surpreendente do caso.




terça-feira, 13 de outubro de 2015

14º Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015


A Livraria Asabeça organiza anualmente, desde 2002, o Prêmio Literário Livraria Asabeça, com o apoio da Scortecci Editora, para autores brasileiros, maiores de 18 anos, residentes ou não no Brasil.

O Prêmio Literário Livraria Asabeça tem por objetivo publicar novos talentos e promover a literatura brasileira. 

O concurso de 2015 contemplará
 LIVROS DE POESIA, inéditos na sua totalidade, para as mídias papel, e-books, magnéticos, sites e blogs.

Ao fazer a inscrição, o AUTOR concorda com as regras do concurso, autorizando, inclusive, a publicação da obra pela Scortecci Editora e responderá por plágio, cópia indevida e demais crimes previstos na Lei do Direito Autoral. 

A obra deverá ser inédita na sua totalidade.

A Livraria Asabeça escolherá uma Comissão Julgadora de renomado prestígio literário e uma Comissão Organizadora, que resolverá os casos omissos deste regulamento, se houver.
 

O AUTOR poderá participar com apenas uma obra, com no mínimo 60 páginas até o limite máximo de 80 páginas, uma poesia por página, podendo ocupar uma ou mais páginas, em papel formato A-4, digitado em corpo 12, espaço 1,5, impresso de um só lado da folha, em fonte Times New Roman ou Calibri.

Não há necessidade de enviar junto com a obra prefácio, apresentação, sumário, dedicatória, agradecimento, desenhos e ilustrações. Em caso de premiação a EDITORA fará a solicitação dos elementos complementares.

A obra terá que ter um título, subtítulo (não obrigatório), estar em língua portuguesa, o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto.

NÃO há necessidade de uso de pseudônimo (nome literário).

INSCRIÇÕES: até 31 de outubro de 2015, valendo a data limite da postagem.



4º Prêmio SFX de Literatura 2016 31/Out


O 4º Prêmio SFX de Literatura 2016 já está com inscrições abertas e o prazo para o envio dos trabalhos vai até o dia 31 de outubro. Podem participar do concurso pessoas de ambos os sexos (escritores ou não) com mais de 18 anos (categoria adulto) e também com idade entre 12 e 17 anos (categoria juvenil), independente de serem da região, de outros estados brasileiros e até do exterior.

O concurso é de contos e poesias na categoria adulto e de contos na categoria juvenil. Cada participante pode inscrever até três trabalhos por modalidade e ter um conto e uma poesia selecionados pela comissão julgadora. Serão premiados os 15 melhores trabalhos em contos e poesias na categoria adulto e os cinco melhores contos na categoria juvenil.

Premiação

Os autores selecionados terão seus trabalhos publicados numa antologia que será lançada durante o Festival da Mantiqueira de 2016, no distrito de São Francisco Xavier, além de receberem vinte exemplares do livro.

O concurso é organizado pelo editor Cristovão Cursino, com apoio das academias de letras de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava e Lorena, além do Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV).

Mais informações sobre o concurso também podem ser obtidas pelo telefone (12) 3207-0848 ou pelo e-mail jacursinoeditores@gmail.com



segunda-feira, 12 de outubro de 2015

IV Concurso de Contos Rota das Letras


Informações:
a) Internacional
b) Contos em inglês, chinês ou português

Premiação:
I) Prêmio em dinheiro
II) Publicação em coletânea trilíngue

Prazo: 30 de Novembro de 2015

Organização:
Festival Rota das Letras - Macau

Contato - Mais informações e Dúvidas:
info@thescriptroad.org

Regulamento:
http://thescriptroad.org/pt-pt/rota-das-letras-lanca-quarta-edicao-do-concurso-de-contos/

sábado, 10 de outubro de 2015

Chamada para Publicação - "A Branca"


Informações:
a) Inscrição pela internet (conforme regulamento)
b) Obras de qualquer gênero

Prazo: 15 de Outubro de 2015

Organização:
Editora A Branca

Contato - Mais informações e Dúvidas:

Regulamento:



X Concurso Contos do Tijuco - Valnice Pereira


Informações:
a) Aberto a todos
b) Contos

Premiação:
I) Prêmio em dinheiro e livros

Prazo: 31 de Outubro de 2015

Organização:
Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba – ALAMI

Contato - Mais informações e Dúvidas:
alamiacademia@gmail.com

Regulamento:
http://www.solardaliteratura.blogspot.com.br/2015/09/x-concurso-contos-do-tijuco.html


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A Travessia usa tecnologia para recriar um momento de beleza sobre o WTC


Quando os primeiros raios da manhã iluminaram a Nova York de 7 de agosto de 1974, o francês Phelippe Petit caminhou sobre as nuvens. Quase literalmente. Em um cabo esticado entre as torres gêmeas do recém-inaugurado World Trade Center, o equilibrista não só atravessou o vazio uma vez, mas passou quase uma hora zanzando de um prédio para outro, ora contemplado o vazio, ora deitando no arame, para o espanto de quem o observava uma imensidão abaixo. Ele foi preso quando finalmente terminou seu feito, aplaudido por construtores da obra – e depois, pelo mundo.

Sua história está bem documentada no excelente documentário Man on Wire, de 2008. Mas faltava uma coisa: não existe nenhum registro em vídeo do “golpe” de Petit – era assim que ele chamava sua caminhada. O diretor Robert Zemeckis decidiu remediar este vácuo. A Travessia coloca Joseph Gordon-Levitt no papel do equilibrista e o melhor da tecnologia cinematográfica para assumir o lugar do WTC, que virou pó em 11 de setembro de 2001. O resultado é não só extraordinário, mas quase literalmente de tirar o fôlego.


A Travessia, num resumo rabiscado, é Zemeckis sendo Zemeckis. O diretor encontra o centro emocional da jornada de Petit e transforma seu feito num verdadeiro heist movie, um “filme de roubo”, só que sem vítimas. O francês viu a imagem do WTC numa revista quando estava no dentista, ainda em Paris, e tornou-se obcecado em esticar seu arame no vão entre os prédio e caminhar sobre ele. Não por fama, ou por um desejo de morrer que o levaria ao alto: era sua arte, e ele queria que ela fosse imortal. É também pela arte que Zemeckis, ao lado do roteirista Christopher Browne, recria sua jornada, desde o planejamento do evento, convocando “cúmplices” para realizar seu “golpe”, como o mesmo batizou a empreitada, até a caminhada solitária e quase onírica em um arame erguido entre as torres.

Boa parte de A Travessia, portanto, é dedicada a entender o que leva um sujeito comum (ou quase) atravessar um oceano para arriscar a vida em nome de uma performance. O mérito recai nos ombros de Levitt, que em nenhum momento santifica a imagem de Petit: ele é mostrado como um sujeito obsessivo, não poucas vezes rude e arrogante, que encarava seus asseclas como assessório para sua própria exaltação. Ainda assim, é impossível não mergulhar em sua viagem, e o diretor não mede esforços para mostrar que, por trás do sujeito compulsivo e irredutível, também havia um artista, e nada poderia ficar entre ele e sua obra-prima.


Essa beleza, claro, está no outro “personagem” de A Travessia, o próprio WTC. Não que os habitantes de Nova York enxergassem qualquer maravilha no colosso de vidro e concreto erguido ao sul da ilha de Manhattan: para muitos, não passava de um gigantesco arquivo, feio e sem personalidade, fruto dos excessos de uma região – Wall Street – movida a dinheiro. Para recriar não só as torres, mas também a cidade nos anos 70, Zemeckis usou um canvas digital irretocável. Não contente em mostrar o feito de Petit, ele queria que a plateia se sentisse como ele, vertiginosamente pendurada em um dos pontos mais altos do mundo. A vista é espetacular, e nem por um segundo é possível duvidar que tudo aquilo não seja real.

Essa alquimia cinematográfica, uma mistura de emoção genuína e feito tecnológico que o diretor usou em filmes tão diferentes como De Volta Para o Futuro, Uma Cilada Para Roger Rabbit e Forrest Gump, fazem de A Travessia uma experiência única, melhor desfrutada em 3D e, de preferência, numa tela Imax. É cinema com suas melhores ferramentas, executado para contar uma história de pessoas de verdade. Um conto de fadas real que consegue, por alguns momentos, devolver ao World Trade Center sua majestade, revelando uma beleza e uma poesia enxergada por Petit e por ele compartilhada com o mundo. Zemeckis consegue colocar a plateia lá no alto, ao lado de Phelippe, um lugar tão maravilhoso e cheio de promessas que agora pertence a nossos sonhos.


Fonte: UOL Cinema

"Steve Jobs" estreia nos EUA em meio a expectativa e boas críticas



"Steve Jobs", filme sobre o cofundador da Apple e protagonizado por Michael Fassbender, estreia nesta sexta-feira (9) nos Estados Unidos favorecido pela boa crítica e após superar várias tentativas de boicote que levaram o cineasta David Fincher e vários atores a abandonar o projeto.

O filme, dirigido finalmente por Danny Boyle ("Trainspotting", "Quem Quer Ser um Milionário") e com roteiro de Aaron Sorkin ("A Rede Social"), se centra em três momentos da carreira de Jobs: a apresentação do computador Macintosh (1984), a estação de trabalho NeXT (1988) e o iMac (1998).

As cenas se centram nos diálogos eletrizantes dos atores e seu frenético ir e vir, enquanto tentam solucionar os problemas prévios à apresentação de um produto.

Fassbender dá vida a um Jobs feroz, mas também a um Jobs com personalidade atrativa e sedutora que o torna perigoso nas distâncias curtas, em uma interpretação que a revista "Hollywood Reporter" classifica de brilhante e "engenho selvagem".

A direção, o roteiro e a interpretação de "Steve Jobs" alcançam a "perfeição"; seu frescor e concepção são tão surpreendentes que deixam o espectador "boquiaberto", assegura a "Hollywood Reporter".

O site "The Verge" comemora também a interpretação de Fassbender por suas "camadas e matizes" e por captar as contradições que definem a figura de Jobs, refletidas na cena na qual nega, sem sentimentalismo, a paternidade de sua filha de cinco anos, à qual mais tarde reconheceria e que se encontra nesse momento em frente a ele.

O filme conta também com a presença de Seth Rogen, que dá vida a Steve "Woz" Wozniak, cofundador da Apple, e Michael Stuhlbarg, que interpreta ao desenvolvedor do software Andy Hertzfeld, desencadeante da ira de Jobs por não ser capaz de que o protótipo do computador Mac dissesse "olá".

A eles se soma Jeff Daniels, no papel de John Sculley, executivo-chefe da Apple que demite Jobs e lhe provoca sua vingança; e Kate Winslet, que encarna Joanna Hoffman, responsável de marketing e uma das poucas pessoas que diz a Jobs as verdades na cara.

O filme se concentra nos anos jovens do cofundador da Apple e não mostra o Jobs maduro e milionário, que morre aos 56 anos, em 2011, vítima de um câncer de pâncreas.

O filme ressalta também o lado mais humano de Jobs, como quando minutos antes da estreia do iMac, e triunfal após ter recuperado seu posto como executivo-chefe da Apple, comenta com sua filha Lisa, de 19 anos, que é imperfeito.

O filme de duas horas mostra um homem brilhante cuja visão ajudou a guiar o mundo rumo ao século XXI, mas também um executivo que pode ser impiedoso com os funcionários e a família.

À estreia seletiva nesta sexta-feira em cinemas de Nova York e Los Angeles seguirá a generalizada no dia 23 de outubro. Assim se põe fim a uma longa saga que incluiu, segundo a "Hollywood Reporter", tentativas de boicote do filme por parte da viúva de Jobs, Laurene Powell.

Boyle, o diretor, reconheceu que nem Powell nem o atual executivo-chefe da Apple, Tim Cook, ajudaram o projeto. "Houve momentos difíceis. Não quero falar sobre isso", afirmou o cineasta.

Outra fonte, que a "Hollywood Reporter" classifica como "chave", assegurou que a viúva de Jobs tentou "matar" o filme desde o começo e telefonou os atores Leonardo DiCaprio e Christian Bale para que não aceitassem interpretar Jobs.

Sorkin confessou também que a pressão à qual foui submetido foi sufocante: "Estou farto do Vale do Silício", afirmou o roteirista recentemente no programa de televisão "The Daily Show".

Ao que acrescentou que "a última coisa" que alguém pode querer é contrariar os gênios do Vale do Silício (Califórnia), epicentro da indústria tecnológica nos EUA.

O diretor David Fincher, que dirigiu "A Rede Social", renunciou em 2014 a dirigir a última filme sobre Steve Jobs devido às supostas "exigências agressivas" que recebeu por parte dos produtores. 

Fonte: UOL Cinema

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

MacGyver: Reboot de James Wan (Velozes & Furiosos, Jogos Mortais) será produzido para a televisão


MacGyver ganhará mesmo um reboot, só que não no cinema, mas na televisão. Segundo o The Hollywood Reporter, a CBS será a parceira de produção dos experientes James Wan (Jogos Mortais, Velozes & Furiosos, Aquaman), Henry Winkler e R. Scott Gemmill (NCIS: Los Angeles), que também cuida do roteiro do piloto.

A nova produção terá a mesma premissa da série original da ABC, estrelada por Richard Dean Anderson em 139 episódios entre 1985 e 1992. A diferença mais significativa será a idade do protagonista (um homem dotado de habilidades nada convencionais que atua para uma organização clandestina na prevenção de grandes desastres), que terá 20 e poucos anos.

Fonte: AdoroCinema

sábado, 3 de outubro de 2015

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Em meio a discursos apocalípticos sobre o fim do livro físico, novas possibilidades surgem com e-book


Está chegando uma novidade interessante para quem gosta de ler e viajar: um e-book que muda seu cenário de acordo com a localização do leitor. A iniciativa pertence ao programa de milhas da companhia Gol e se chamaria Trip Book Smiles. O primeiro escritor participante é Marcelo Rubens Paiva.

Existe uma história definida, no caso, o relacionamento dos personagens Theo e Maria Manoela, casal quarentão que mora em São Paulo e decide viajar numa espécie de nova lua-de-mel para tentar reacender a paixão. Os destinos dos dois seriam, a partir de então, os destinos do próprio leitor. Por meio da tecnologia e-book, o dispositivo localizaria a cidade e mudaria a história de maneira a fazer referências locais, citando pontos turísticos, bares, lojas e restaurantes.

Muito se discute atualmente sobre a popularidade dos e-books e sobre o medo que os livros em papel cheguem ao fim. No entanto, a convivência entre os dois é perfeitamente possível, já que ambos apresentam vantagens e desvantagens. Se a leitura em papel retém melhor a atenção, a leitura virtual ocupa menos espaço. Se existe uma afetividade em relação ao livro físico, o preço dos e-books costuma ser mais em conta. Um benefício maior do leitor virtual, porém, que se relaciona diretamente com a nossa época, é a possibilidade de interação.

Um texto em hiperlinks, nos moldes da Internet, é bem mais interessante como e-book do que a simples transcrição do livro físico. Pode-se, com efeito, argumentar que todo livro é uma viagem interna e que existem mesmo livros em papel interativos, como O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar. Entretanto, os recursos do formato virtual seriam mais sofisticados, sem necessariamente destruir a imaginação do leitor, que, nesse caso, se tornaria até muito mais ativo. É um acréscimo, e não uma perda.

O Trip Book Smiles estará disponível para donwload gratuito por meio de um aplicativo para tablet. Deixando de lado a pretensão comercial, a iniciativa da Gol é um passo importante no sentido da interatividade na leitura. Para quem não viaja sem um livro na bagagem como companhia, pode ser uma boa opção.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

AUTOPUBLICAÇÃO DIGITAL, A MUDANÇA DO MUNDO LITERÁRIO

Dentre todas as facilidades que a tecnologia e o digital trouxeram ao mundo, a autopublicação também se faz presente e cresce, a cada dia, no mercado editorial


Dos princípios da internet aos dias atuais muita coisa mudou. Evoluímos em questões tecnológicas e atingimos parte do patamar previsto nos anos 80 para os anos 2000. Não andamos em carros voadores, não existem robôs programados para atividades domésticas – ainda. O digital chegou no mundo e o revirou de ponta cabeça. Tudo precisou se readequar, o jornal é online, trocamos receitas pela internet, telefonemos pela internet, a revista é online, as fofocas são online… o mundo passou ao real time e a velocidade de 2GB na transmissão de dados. O mesmo aconteceu com o mercado editorial.

As publicações independentes já existiam, sempre existiram. E continuam a existir. Mas elas ganharam um novo pilar com o mundo digitalizado e online: a autopublicação chegou a internet. Chegou e ganhou um espaço importantíssimo e muita coisa boa nasceu daí. Vamos começar falando do mercado editorial tradicional: difícil de entrar, cheios de processos burocráticos, demora nas publicações… com barragens como essa, muita coisa boa pode ter sido perdida no limbo. Quebrar essas barras nem sempre foi fácil, ainda não é. Pensando nisso, a autopublicação digital quebrou alguns paradigmas: aproximou escritores de leitores, deixou a demora editorial de lado, barateou os custos, trouxe talentos à tona. Claro que, com a popularização, também surgiu muito bagagem dispensável. Mas isso não vem ao caso, afinal, o mercado editorial impresso também tem bastante coisa pra se jogar fora.

E viva a Internet!

Autopublicar ajuda muitos novos autores a também entrarem no mercado, conquistando fãs, leitores e grandes editoras. Acredito que o mais importante é isso: trazer ao mercado literária novos talentos, que por inúmeros motivos poderiam ter sido desperdiçados.

E como posso me autopublicar? Existem algumas ferramentas bacanas.

1 – Kindle Direct Publishing
Aqui você pode publicar seu livro nas plataformas Kindle, do grupo Amazon. Eles produzem, inclusive, concursos. Hoje em dia, o top 10 de vendas a Amazon sempre tem autores da KDP.

2 – Clube dos Autores
Plataforma pioneira no Brasil. Permite comercialização digital e impressa.

3 – Bookess
Plataforma brasileira, que permite comercializar o livro impresso e digital.

4 – Publique-se
Plataforma da Saraiva. O bacana dela, é que os livros são comercializados pela livraria Saraiva.

5 – Writting Life
Plataforma da Livraria Cultura, que comercializa hoje o Kobo. Corrente direto do Kindle.

Muitos novos escritores são encontrados nas plataformas digitais de autopublicação, além disso, muita gente que optou também por uma carreira baseada na autopublicação. Não podemos deixar de lado o crescimento dos e-books no mundo. Hoje, as editoras tradicionais precisaram se adaptar a essa nova tecnologia e modelo de comercialização, que cresce não só no entretenimento, mas nas escolas e na categoria didática. O crescimento da tecnologia não pode ser, simplesmente, ignorado.

A tecnologia e o digital vieram mesmo para mudar o mundo. E muita coisa tem mudado pra melhor, como no mercado literário.



Christopher Nolan pode salvar a Literatura?

O que a literatura pode aprender com um diretor de cinema como Christopher Nolan?


Nos primórdios do Cinema, a influência da Literatura foi peça-chave para o desenvolvimento do gênero. Muitas das primeiras grandes produções são adaptações de romances clássicos ou  roteiros explicitamente inspirados neles. Não esqueçamos, vários escritores passaram temporadas em Hollywood para fazer dinheiro.

Mas os tempos mudaram.

Hoje é o tempo em que a influência volta. A força arrasadora do Cinema enquanto meio cultural é inegável, tendo se tornado um objeto muito mais interessante do que a Literatura para a grande massa. Não é raro ver grandes escritores afirmando a influência de diretor x ou y. A literatura, porém, parece ter se tornado mais do que nunca, talvez mais do que nas eras de poucos letrados, em arte de nicho, voltada para um público cada vez menor.

Como chegamos a essa situação?

Podemos dizer que Cinema e Literatura fizeram caminhos inversos. Em 1900, a sétima arte era ainda uma arte a engatinhar. Fazer um filme era caro, trabalhoso, além de não se ter grande certeza de como se fazer. O primeiro grande clássico datado, o francês La voyage dans la lune (Viagem à lua), de Georges Méliès, é de 1902 e baseado em obras de Julio Verne. O Cinema aprendeu muito desde então, muito observando e remodelando estruturas da Literatura.

(...)

Christopher Nolan, em 2015, é provavelmente um dos grandes expoentes do aprendizado. É fácil ver como ele aprendeu com os grandes filmes de suspense e detetive, assim como é fácil ver suas influências literárias. O amor pelos labirintos e enigmas (Jorge Luis Borges), por detetives durões (Raymond Chandler e James Ellroy). Nolan trabalha com temas universais e caros à humanidade: a questão da memória e da verdade (Amnésia), o que é falso e o que é verdadeiro (O grande truque), até que ponto um sonho e a realidade são o que são por nossa vontade (A origem). Isso, no entanto, não o impede de trabalhar com tramas interessantes, cheias de viradas, que quebram a expectativa da maioria. A grande sacada de Christopher Nolan é ser profundo sendo acessível – ou vice-versa.

A Literatura, de forma geral, perdeu esse conceito. Se há um momento que demarcou a separação entre arte de escrever e público foi a ascensão das vanguardas. A arte não era um objeto a ser entendido, a ter sentido, era coisa para poucos, uma massa pequena formada por intelectuais etc. etc. etc. Conceitos simples, como enredo, foram jogados fora. O crescimento do estudo linguístico enquanto área do saber só causou mais estragos. O esforço em prol da linguagem foi tamanho que tudo mais foi jogado de lado. Ulisses, de James Joyce, virou o grande marco dessa era: um livro muito citado, pouquíssimo lido. Altamente experimental, torna-se enfadonho para a grande maioria, mesmo dentre os letrados, pelo simples fato de não levar a nada. É o experimento pelo experimento.

E meu caso não é o problema com a linguagem. Sem ela, não há Literatura. Uma boa obra é metade linguagem, metade engenho. O caso é que o engenho, no caso da narrativa, a trama e a fábula foram abandonados em favor de uma invenção de linguagem duvidosa.

Exemplifico o caso nacional, adorador de ideias vazias que nunca levam a nada além dos muros da academia, o romance Barreira, de Amilcar Bettega Barbosa (para ler o início, clique aqui). Duzentos e sessenta e quatro páginas de parágrafos sem fim (há capítulos compostos de um longo parágrafo, sem ponto final, escrito em “prosa poética”), nos quais absolutamente nada acontece. Não há ação no sentido mais básico da palavra. Não há ideias expostas. Não há nada. Apenas tediosos e infinitos parágrafos. Quem tiver coragem de abrir o link acima (e eu não recomendo), verá que é um jogo sem fim de falar e falar e falar, juntando frases e mais frases sobre frases no intuito de trabalhar a linguagem ao ponto de que nem notemos a falta de pontuação numa tentativa de lirismo. A literatura brasileira e mundial estão cheias desses tipos.

Esses autores, dados a invenções voltadas para acadêmicos (e livros assim apenas servem para esse público), poderiam aprender algo com Christopher Nolan: invenção não significa tédio, enredo ainda faz sentido, ser profundo não é ser incompreendido.